cover
Tocando Agora:

RÁDIO CIDADE FM

Estudante que faz bolo de pote para pagar ônibus e ir à faculdade começou curso para ajudar primo autista: ‘Não vou parar’

Estudante que faz bolo de pote para ir à faculdade mostra a rotina pesada para conseguir fazer o curso de fonoaudiologia A universitária Letícia Lima, que vi...

Estudante que faz bolo de pote para pagar ônibus e ir à faculdade começou curso para ajudar primo autista: ‘Não vou parar’
Estudante que faz bolo de pote para pagar ônibus e ir à faculdade começou curso para ajudar primo autista: ‘Não vou parar’ (Foto: Reprodução)

Estudante que faz bolo de pote para ir à faculdade mostra a rotina pesada para conseguir fazer o curso de fonoaudiologia A universitária Letícia Lima, que viralizou ao compartilhar um vídeo mostrando a sua alegria por ter conseguido vender todos os bolos de pote, começou a faculdade de Fonoaudiologia inspirada em um primo, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). O jovem, de 14 anos, está sem terapia no momento. "Ele fazia tratamento no Centro de Orientação Médico Psicopedagógica (Compp), de Brasília, pelo SUS. Só que lá tem limite de idade, é até 12 anos. Como ele ultrapassou, não consegue mais. Ele precisa tanto de fono quanto de psicólogo", disse Letícia, em entrevista ao g1. Ao observar as dificuldades enfrentadas pelo primo, a jovem decidiu se formar fonoaudióloga. Aos 20 anos, ela cursa o quarto período da faculdade na Universidade de Brasília (UnB). ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp "Eu quero trabalhar na área de linguagem infantil. A demanda tem aumentado muito por conta do número de crianças com TEA e síndromes. A procura tem sido muito grande e tem poucos profissionais especializados", disse. LEIA TAMBÉM Estudante faz bolo de pote para pagar ônibus e ir à faculdade e se emociona com conquistas: 'Feliz e grata a Deus' Conciliando dois empregos e escola, aluna da rede pública de Goiás ganha bolsa para universidade na Europa Estudante goiano de 17 anos coleciona 20 medalhas de competições científicas nacionais e internacionais Letícia tem vendido, em média, 20 bolos no pote por dia. Dinheiro das vendas é usado para custear o transporte até a faculdade Reprodução/ Redes sociais 51 mil seguidores Desde que começou a postar os vídeos, contando a sua rotina de venda dos bolos para conseguir pagar o transporte para a faculdade, a produção de bolos continua a todo vapor, mas a jovem conta que não consegue dar conta da demanda em função da carga horária da faculdade. Ela conta com a ajuda da mãe e de uma tia, mãe do primo autista. "A minha mãe é diarista, trabalha fora três vezes por semana. Nos dias em que ela trabalha, eu não consigo produzir tanto", explica Letícia, que na grande maioria das vezes vai para a cozinha à noite para fazer os bolos. "Tenho poucas horas de sono. Porém, eu já sabia que, para vencer, eu enfrentaria dificuldades, e eu não pretendo parar. Eu não vou parar", afirma. A repercussão do empenho da jovem tem atraído não só compradores dos bolos como seguidores no Instagram. Ela conta que, quando postou o primeiro vídeo, tinha 406 seguidores. Hoje, o perfil já acumula 51,1 mil. Dicas de confeiteiras A estudante conta que, antes de começar a fazer os bolos, não tinha praticamente nenhuma intimidade com a cozinha. Hoje, a produção está concentrada em cinco sabores: brigadeiro, ninho, ninho com Nutella, Ninho com morango e cenoura com chocolate. Letícia diz que tem recebido dicas de confeiteiras, que entram em contato com ela pelo Tik Tok e pelo Instagram. Ela comemora o sucesso nas vendas e também o carinho que vem recebendo de pessoas desconhecidas. "Eu me sinto muito feliz e grata por tamanho carinho e empatia. Muitas das vezes essas dicas vêm de pessoas com perfis de lojas, e isso me deixa mais feliz ainda. Pessoas que já passaram o que eu passei me ajudando é, sem dúvidas, uma motivação para mim", afirmou. Moradora do bairro Jardim Ingá, em Luziânia, a jovem gasta entre duas horas e duas horas e meia no trajeto até a faculdade, em Brasília, e na volta para casa. O gasto mensal só com o transporte, segundo a estudante, é de R$ 420. Custo esse que ela tem conseguido bancar graças à venda dos bolos. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.